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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Capítulo 02 - Página 04

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A água estava tépida e tinha um leve cheiro de mofo, mas não teve dificuldades em despertar o rosto distraído.
- Escute, Toupeira-kun, mesmo nos melhores tempos você ainda está coberto de lama – Corvo disse mais cedo enquanto entregava um gilete para que Muoru pudesse fazer a barba – Ao menos quando não estiver cavando buracos, você pode tentar manter boa higiene. Não importa o quanto você esconda seu comportamento, não vai haver nenhuma garota que vai gostar de você se você não tiver higiene.
Era algo com que Corvo nem devia se incomodar. E ainda, as pessoas realmente se importavam se as toupeiras estavam sujas? Para não falar de garotas...
Grunhindo reclamações sobre as insinuações de Corvo, mesmo assim fez a barba e removeu a sujeira do corpo.
Na distância o leste começava a clarear, mas o sol ainda não havia aparecido. No outro lado do céu, a lua mal estava visível.
Mesmo sendo uma boa ideia colocar as roupas após se secar, ele se sentiu um pouco perdido não tendo nada para fazer.
Ele ainda tinha tempo antes de começar o trabalho. Entretanto, após ter feito o esforço de se banhar, ele não conseguiu voltar a dormir. Então, fez com que suas pernas o levassem de volta para o cemitério.
Como Meria está? Subitamente aquela pergunta invadiu sua mente. Ele sempre ia dormir antes dela, então nem mesmo sabia que horas ela saia do cemitério. Mas então, mesmo se acabassem se encontrando, não tinha ideia sobre o que conversariam...
                Enquanto ia do cemitério até o estábulo, não havia como evitar a lateral da mansão no caminho. Como normalmente, ele passou ao lado da cerca de ferro negro, mas dessa vez conseguiu ouvir água correndo de onde o pequeno jardim estava.
                Normalmente ele pensaria que alguém estaria regando o jardim, mas então se lembrou que o jardim da mansão não tinha nada para ser regado.
                Tinha certeza que era apenas a água correndo pelos canos por trás da residência. Então, com o coração leve contornou a casa e foi até lá.
                Meria estava lá.
                Ela estava ajoelhada no centro do jardim em uma calçada de concreto. Ao lado havia um pilar fino com uma torneira presa a ele. Uma mangueira azulada estava ligada na torneira, e o braço branco da garota estava segurando a mangueira sobre sua cabeça. A água escorria e lavava todo o corpo dela. E a aparência dela... estava exatamente como nasceu.
                Pouco antes do amanhecer, em um mundo ainda escuro, a garota lavava seu corpo.
                Isso não é estranho? Muoru estava confuso.
                O cabelo dela que sempre estava coberto caia pouco acima da cintura. E o cabelo castanho claro, pingando, estava colado à pele dela.
                Pele que estava totalmente à mostra, do cabelo até os pés.



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